sábado, 14 de maio de 2011

O Massacre do Carandiru

Milhares de Presos fora de suas celas.

Muitos Pedidos de Paz.

Eles não sabiam o que estava por vir.
Tudo começou com uma briga de presos no Pavilhão 9 e deveria terminar como mais um tumulto da Casa de Detenção, no complexo do Carandiru, zona norte de São Paulo. No entanto, uma intervenção policial resultou em 111 mortes. O episódio que ficou conhecido como Massacre do Carandiru completa dez anos nesta quarta-feira.

O pavilhão está vazio, assim como toda a Casa de Detenção, que foi desativada dia 15 de setembro de 2002. Um parque público, com centros de cultura, lazer e de formação profissional, vai ocupar o espaço da antiga penitenciária.

As lembranças ficaram nas paredes das celas, na memória dos sobreviventes e dos familiares dos mortos. Alguns presos se misturaram aos cadáveres para fingir que estavam mortos e tentar sobreviver.

A chacina teve repercussão internacional por causa da violência, pela quantidade de mortos e pela forma de atuação da polícia.

O coronel da reserva Ubiratan Guimarães, que comandou a invasão da Polícia Militar na Casa de Detenção, foi condenado, em junho de 2001, a 632 anos de prisão pela morte de 102 dos mortos e cinco tentativas de homicídio. Por ser réu primário, recorre da sentença em liberdade.

Na ocasião do julgamento, a Promotoria afirmou que, no dia do massacre, ocorreram nove mortes provocadas por "armas brancas", com facas ou estiletes, provocando dúvida sobre a autoria dos crimes. As mortes por armas brancas podem ter sido provocadas durante briga entre os próprios presos.

Um ato ecumênico será realizado nesta quarta-feira na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, centro de São Paulo, para lembrar o massacre.

Tumulto e intervenção

O tumulto na Casa de Detenção, há 19 anos(1992), teve início envolvendo dois presos no segundo andar do Pavilhão 9. Agentes penitenciários levaram os feridos para a enfermaria, no pavilhão 4, e trancam a grade de acesso ao segundo andar.

Pouco depois, os detentos conseguem romper o cadeado. O tumulto é generalizado.

Durante a rebelião, os presos queimam colchões, arquivos e montam barricadas nos corredores para impedir o acesso da polícia.

O então secretário de Segurança Pública, Pedro Franco de Campos, teria telefonado para o governador Luiz Antonio Fleury Filho, que estava viajando pelo interior do Estado. Fleury, no entanto, afirma que só foi informado sobre o tumulto.

O coronel Ubiratan Guimarães assume o comando da operação. Em uma tentativa de pôr fim à rebelião, a Polícia Militar, armada e com cães, invade a penitenciária. Os presos reagem.

Sem negociação, a Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) ocupa o primeiro e o segundo andar do pavilhão. A tropa não é preparada para esse tipo de ação e entra no presídio fortemente armada.

Todos os presos que estavam no primeiro andar foram mortos. No segundo andar, morrem 60% dos detentos.

O número total da chacina só foi divulgado oficialmente no dia seguinte, meia hora antes do encerramento das eleições municipais.



Presos carregando um outro preso morto.

Um 'rio' de sangue.


Quem quiser ver mais fotos do massacre, aqui está o link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/galeria/album/p_carandiru_01.shtml








D.O.= http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2002/carandiru/

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